Fila de caminhões no porto de Paranaguá chega a 30 km.

11-05-2011 22:37

O acúmulo de carretas no acostamento no sentido do litoral do Paraná atingiu 29 km no começo da tarde, de acordo com a concessionária que administra a rodovia federal, a principal ligação ao terminal.

No começo da década passada, antes da implantação de normas antifilas, os acúmulos de carretas chegavam normalmente a mais de 100 km de extensão, passando por Curitiba e chegando a municípios da região metropolitana.

A empresa Ecovia, diante de nova concentração de caminhões no acostamento, voltou a emitir um alerta para que o motorista que viaja em direção ao litoral dirija com cuidado.

Supersafra e chuva ajudam a congestionar porto - Além do registro da supersafra de quase 14 milhões de toneladas de grãos somente no Paraná, o mau tempo vem contribuindo para um frequente processo de paralisações e retomadas dos embarques desde o início deste ano, quando tradicionalmente começa o escoamento da safra por Paranaguá, o maior terminal de grãos do país.

Quando chove, os porões dos navios são fechados para evitar que a carga seja encharcada e, com isso, haja perda do grão, principalmente de soja, por causa da ameaça de apodrecimento da mercadoria.

Quando ocorre o desgaste do grão em situações assim, o comprador internacional da commodity pode devolver o produto ao exportador.

Porto considera tamanho da fila "aceitável" - Segundo a ouvidoria do porto, a fila de caminhões registrada nesta quarta-feira ainda está num nível aceitável em razão da movimentação recorde de grãos registrada neste ano e do período de chuva. Na noite de terça, choveu por quase três horas na cidade.

Para o engenheiro agrônomo Nilson Camargo, da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), outros fatores poderiam amenizar os problemas de espera para o embarque de grãos.

Um deles, citado por Camargo, que é especialista na área de logística da Faep, é a liberação de um armazém com capacidade para estocar até 50 mil toneladas de grãos.

A estrutura foi lacrada pela Polícia Federal em janeiro deste ano, durante uma operação de combate ao desvio de cargas. O armazém tem condições de estocar o equivalente a cerca de 30% da capacidade dos silos públicos do porto.

Empresas ainda não têm avaliação de prejuízos - A Associação dos Operadores Portuários do Corredor de Exportação de Paranaguá (Aocep) não havia se manifestado até a conclusão desta reportagem sobre eventuais prejuízos que os atrasos nos embarques possam estar provocando para o cumprimento nos contratos.

Camargo, da Faep, afirma que o setor do agronegócio não tem sentido perdas com os atrasos neste ano, já que as filas, por causa da supersafra, têm permanecido dentro de níveis toleráveis para os produtores.

Navios também enfrentam congestionamento - O porto computava nesta quarta-feira 12 navios atracados no cais e 46 ancorados no mar, aguardando uma vaga no porto. Outros 13 navios são esperados para as próximas 48 horas.

O representante da Faep afirma que muitos produtores, percebendo os bons preços das commodities na Bolsa de Chicago, que define as cotações para o agronegócio mundial, decidiram despachar suas cargas o mais rápido possível para garantir os bons preços da soja e do milho no mercado.

"É óbvio que o pessoal, para aproveitar as boas margens de preços, está procurando comercializar o mais rápido possível. E isso também está gerando as filas, mas elas não chegam a preocupar", afirmou Camargo.

Fonte: economia.uol.com.br - Adaptado pelo Site da Logística.
 

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