Aeroporto pode deixar de ser internacional por falta de obras.

18-04-2011 21:08

 

Enfrentando um período de fortes turbulências, o Aeroporto Internacional Deputado Luis Eduardo Magalhães pode até perder a chancela de aeroporto internacional caso, até 2013, não se adeque às normas internacionais estabelecidas pelo International Civil Aviation Organization (Icao, em português, Organização da Aviação Civil Internacional).

As normas foram estabelecidas após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 e o prazo termina um ano antes de o país sediar a Copa do Mundo de Futebol, que também exige investimentos pesados em infraestrutura dos terminais aeroportuários do país. "O aeroporto de Salvador, assim como outros de todo o país, estão se transformando em grandes rodoviárias", afirmou um piloto da TAM, sem se identificar.

Outro comandante que pilota aeronaves da Gol Linhas Aéreas garante que o pior do aeroporto é a pista de pousos e decolagens. "Deveria ter uma outra pista para aumentar a capacidade e a segurança dos vôos. E a pista está mais esburacada que a minha rua. Desgasta os pneus do avião e pode provocar acidentes", contou.

De acordo com a Associação Nacional de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (ANPPA), o aeroporto da capital baiana é tema recorrente de discussões no Conselho da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), do qual faz parte o presidente da entidade, George William Cesar de Araripe Sucupira. "A Infraero sabe o que tem que fazer. Há várias concorrências paradas, embargadas, suspensas, por equívocos. Foram muitos tapa-buracos e agora a situação é caótica", explicou.

Na quinta-feira, o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgou nota informando que dos 13 principais aeroportos que serão usados na Copa do Mundo de 2014, nove não devem concluir as obras, entre eles o de Salvador. Mesmo com os investimentos, o estudo revela que, em 2014, o terminal baiano estará operando acima de sua capacidade.

Para George William, o aeroporto pode perder sua certificação de internacional sem as intervenções necessárias. "Os países são independentes e autônomos na gestão de seus aeroportos. Mas existem recomendações internacionais e devemos segui-las".

Problemas - Um dos erros mais graves, segundo George William, é o emprego de mão de obra terceirizada e não qualificada para atender à demanda interna, como o cattering (promoção de serviços alimentares de difícil acesso). "Não são treinados e trabalham numa área de extrema importância", avaliou ele.

Em Salvador, a falta de investimentos no aeroporto foi evidenciada quando, em março, uma forte chuva provocou o alagamento do terminal. Houve problemas ainda na torre e princípios de incêndio. "Eu deveria seguir para Curitiba agora, mas Curitiba fechou por falta de lâmpadas. Uma vergonha", afirmou outro piloto da Gol.

A Anac informou que dos 67 aeroportos administrados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), 23 estão enquadrados na regra de Certificação Operacional - o de Salvador, inclusive - e devem ser vistoriados até 2013. A responsabilidade pelas obras, no entanto, é da Infraero. O superintendente do órgão na Bahia, Afrânio Souza Mar, não foi localizado pelo Correio.

Fonte: Correio - Adaptado pelo Site da Logística.

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