Agricultura espera plano e logística.

23-09-2014 13:57

Responsável por 22,8% do PIB nacional, o agronegócio é o setor da economia que vem sendo tratado comoa grande locomotiva do País. Os números da agricultura brasileira explicam o motivo. Nos últimos 14 anos, o volume exportado cresceu 230%, os preços externos, 101%, e o saldo comercial, 468%. 

Em 2013, movimentou R$1 trilhão, eas exportações bateram o recorde pelo segundoa no consecutivo. Dessa vez, atingindo o montante de US$ 101 bilhões, 4% a mais que no ano anterior, de acordocom o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
 
O Brasil é o maior exportador do mundo de café, cana-de-açúcar, suco de laranja e carne bovina – além de se destacar em várias outras culturas. O único produto agrícola brasileiro que não compete no mercado externo é o leite. 
 
“O problema é que estamos acelerando sem os freios de segurança e qualquer curva mais forte pode nos arremessar pela tangente”, diz Gustavo Diniz Junqueira, presidenteda Sociedade Rural Brasileira, que se refere a problemas como falta de infraestrutura, planejamento e até mesmo segurança jurídica, que podem comprometer o futuro do setor.
 
“Um dos maiores gargalos é a falta de logística”, diz o economista Fábio Chaddad, professor de Estratégia Competitiva, do Insper. De acordo coma
 
Produtividade
 
Confederação daAgricultura e Pecuária do Brasil, há um desperdício de 9% a 13% da soja durante o transporte até os portos. O prejuízo global é estimado em 9% do PIB do agronegócio. Para teruma ideia, o frete de Sorriso–município matogrossense com maior produçãomundial de soja domundo –até oportode Santos, emSão Paulo, subiu 42,3% durante o ano de 2013, justamente pela falta de infraestrutura para levar a mercadoria.
 
O desafio do setor émanter e ampliar os patamares da exportação, mesmo diante das deficiências de transporte.OBrasil investem enos de 2% do PIBe m infraestrutura e logística.
 
“Desde 1990, oBrasil vem mudando a imagem no mercado mundial. O investimento em pesquisa e tecnologia n ocampo fez com que o País ganhasse o status de maior exportadora g ríco la do mundo”, diz Warren Kreyzig, analista de commodities agrícolas do Banco Julius Baer. “O Brasil tem dimensões continentais, e para avançar com sucesso, tem de desenvolver outras capacidades, e a infraestrutura é uma delas.”
 
Pecuária
 
O cenário mundial vem dando, digamos, um empurrãozinho ao agronegócio.
 
Um bom exemplo são os embargos anunciados pela Rússia, no mês passado, às importações de vários países, entre eles Estados Unidos e Austrália. Com o veto, o Brasil saiu no lucro. Aumentou em 8,6%, a exportação para a Rússia, que se tornou o maior importador de carne nacional.
 
“O Brasil precisa se preparar melhor para a conquista de novos mercado. Aprodução de carne ainda émuito heterogênea”, diz Sérgio de Zen, professor do departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). A questão éque 60% d aprodução vem de pequenos produtores, com capacidade para comercializar de 20 a 300 animais.
 
“Para migrar de um sistema intensivo para altamente intensivo, o risco émaior. Faltamgarantias de estabilidade das regras do setor. ” Aumentar de umanimalparadois representa um investimento deUS$ 1,5mil em cinco anos.
 
“O produtor precisa ter garantia de que depois haverá mercado. Só o governo pode fazer isso, amarrando os clientes com contratos de longa duração”, diz Zen. At éagora, o maior protagonista do agronegócio brasileiro temsido a iniciativa privada. 
 

Fonte: O Estado de São Paulo / Usuport - Adaptado pelo Site da Logística.


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