Atracar é Preciso.

Mas, se quiser melhorar essa área, o governo precisará aplicar recursos da ordem de R$ 43 bilhões nos próximos dez anos, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). Dinheiro que dificilmente sairá exclusivamente dos cofres do Tesouro Nacional. Será preciso contar com a ajuda da iniciativa privada.

Nos últimos tempos, uma série de empreendimentos portuários privados começou a sair do papel. Esse é o caso do Superporto do Açu, em São João da Barra (RJ), e do Superporto Sudeste, em Itaguaí (RJ), que estão sendo construídos pela LLX, do empresário Eike Batista. Somados, representam um investimento de R$ 6,2 bilhões.

Ambos estão sendo erguidos com a preocupação de reduzir o custo dos fretes e proporcionar mais competitividade logística. Outro exemplo de que os investimentos estrangeiros começam a aportar com mais força nessa área é o protocolo de intenções assinado, na semana passada, pelo Porto de Rotterdam e pelo grupo Terminal Presidente Kennedy (TPK) com o governo do Espírito Santo para criar um terminal marítimo privado. A companhia holandesa quer construir um porto com foco no setor de óleo e gás, com vistas à exploração do pré-sal, que deve ficar pronto no fim de 2015.

Os portos atualmente em operação também não estão parados. O governo do Ceará está gastando R$ 2 bilhões para a construção de um terminal de múltiplo uso no Porto de Pecém, em Fortaleza. O Porto de Paranaguá, no Paraná, está remodelando seu corredor de exportação. "Queremos ganhar mais produtividade e diminuímos o custo do serviço", afirma Luiz Henrique Dividino, superintendente do Porto de Paranaguá. Segundo ele, a previsão é de que, nos próximos três anos, os projetos de modernização do porto recebam investimentos de R$ 3,5 bilhões dos governos federal e estadual, bem como da iniciativa privada.