Aumenta interesse por cabotagem no Brasil.

22-08-2012 20:24

Movimentando menos de 10% da carga nacional, o transporte por navio dentro do País (cabotagem) tem demanda para crescer. Segundo estudo do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) divulgado nesta segunda-feira, 68% dos usuários de transporte de cargas pretendem aumentar o volume transportado por cabotagem nos próximos dois anos. Foram ouvidas 100 companhias de variados portes e setores.

Entre os entrevistados que preveem expansão, a intenção é aumentar o volume de carga em 36%, na média. De acordo com o estudo, a rota com maior potencial de crescimento no País é Manaus-Santos-Manaus. A capital do Amazonas, sede da Zona Franca, não possui acesso por estradas desde o Sudeste.

No ano passado, foram movimentados 193 milhões de toneladas por cabotagem, após um crescimento médio de 4% ao ano desde 2004. No entanto, para seguir em crescimento, será preciso ampliar a infraestrutura, tanto com mais portos quanto com terminais associados e ferrovias e rodovias de acesso, na visão do diretor de negócios do Ilos, João Guilherme Araújo.

O especialista criticou a apresentação em etapas do plano de logística do Governo e destacou a importância da interconexão entre as modalidades de transporte. "Uma ferrovia, usualmente, começa ou termina num porto. Se você me oferta um ramal ferroviário, que tem uma determinada demanda, mas não me resolve o porto, não vou conseguir usá-lo", disse Araújo, após apresentar o estudo no XVIII Fórum Internacional de Logística, promovido pelo Ilos no Rio.

Entre os entraves, a demora no trânsito das cargas e a falta de infraestrutura são apontadas pelos empresários como os principais problemas da cabotagem. Araújo também chamou atenção para a questão da burocracia, que 52% dos entrevistados citaram como problema. O tema poderia ser alvo de ações do Governo, com resultados positivos no curto prazo.

Segundo o especialista, falta uma regulação eficiente para o transporte multimodal (em diferentes meios) e o de cabotagem recebe tratamento equivalente ao do comércio exterior, com descrições detalhadas de produtos nas notas fiscais e discriminação de impostos. O mesmo não ocorre no transporte rodoviário de longa distância.

Fonte: Agência Estado / Usuport - Adaptado pelo Site da Logística.

 

Voltar