Demanda para o trem-bala ainda é imprecisa, destaca especialista da UFSC.

19-04-2011 20:16

A aprovação do projeto que autoriza o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) a conceder empréstimo à empresa que vencer a licitação do trem de alta velocidade (TAV), no valor de até R$ 20 bilhões, está longe de encerrar a polêmica, que teve o seu ápice na votação do dia 13 último, no Senado.  O engenheiro do Laboratório de Transportes e Logística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Silvio Santos, entende que ainda existem muitas dúvidas sobre a importância do trem-bala para o País. Uma delas é a demanda de passageiros superestimada pelos estudos realizados até agora.

Outra questão é o custo que, para Santos, é muito alto e ainda impreciso, pois necessita do detalhamento do projeto executivo. No entanto, o especialista não define o projeto como um “elefante branco”, como os partidos da oposição vêm falando. “Não é um elefante branco, mas também não é um projeto prioritário. Acredito que a melhoria dos transportes urbanos nas principais capitais é mais prioritário”.

O Brasil não tem tecnologia para a construção do trem-bala, que deverá ser toda importada a um alto custo, observa o engenheiro da UFSC. Ao mesmo tempo, ele lembra a deficiência da malha ferroviária do País. “Temos uma ferrovia ruim e mal conservada, com exceção da Estrada de Ferro Carajás e da Estrada de Ferro Vitória Minas, que necessitam de muitos recursos do governo e estamos querendo dar um salto tecnológico”.

Ao invés do trem de alta velocidade, Sílvio dos Santos entende que o Brasil, que optou pelo ônibus para substituir o trem de passageiros de curta e média distância e o avião para longa distância, deva esgotar essas alternativas melhorando as rodovias, terminais rodoviários e os aeroportos e incentivando a aviação de baixo custo que tem possibilitado as classes menos abastadas a realizarem suas primeiras viagens aéreas, concorrendo com o ônibus, essa é a política certa.

Ele faz propostas para essa política: “Liberar a taxa de embarque dos aeroportos para quem realiza apenas uma viagem por ano. Os aviões da Embraer, EMB 190 e 195, deveriam ter isenção de impostos para a aviação regional, pois estaríamos gerando empregos e aumentando a demanda aérea ganhando escala de transporte”.

Fonte: portogente.com.br - Adaptado pelo Site da Logística.

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