Dilma quer turbinar PIB com investimento em infraestrutura.

15-01-2012 11:16

O aumento dos investimentos para turbinar a economia é uma das prioridades da presidente Dilma Rousseff em 2012. Para isso, a ordem dada à equipe econômica é tirar do papel, o mais rápido possível, projetos importantes na área de infraestrutura, que ficaram para trás em 2011. O principal exemplo é a concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Campinas. Estão na lista também a nova distribuição dos royalties do pré-sal, a aprovação do código da mineração e o trem-bala. O pacote de bondades, no entanto, ainda está longe do que o setor privado considera como o mínimo necessário para atender à demanda que o Brasil tem por recursos na área de infraestrutura.

Cálculos da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) mostram que o país precisa de, pelo menos, R$ 188,6 bilhões em investimentos por ano até 2015. O valor é duas vezes maior que o projetado pelo BNDES para esses gastos no país: R$ 95,25 bilhões. Ainda segundo a entidade, a cada ano em que o Brasil deixa de investir o necessário em infraestrutura, ele aumenta o custo Brasil, deixa a indústria nacional menos competitiva e cria pressão inflacionária, pois menos investimentos representam gargalos que aumentam custos e pressionam preços.

- Quanto mais tempo o Brasil demorar para resolver seus problemas de infraestrutura, mais caro e difícil será o processo de crescimento da economia - afirma o vice-presidente da Abdib, Nilton Lima.

Meta de superávit limita investimentos - Ele destaca que o investimento total do país em 2010 ficou em torno de R$ 144 bilhões, abaixo da demanda de R$ 188,6 bilhões. Isso significa que ficaram faltando cerca de R$ 40 bilhões em investimentos que vão precisar ser feitos em algum momento no futuro. Isso aumenta ainda mais a dificuldade para se realizar esse tipo de despesa.

Embora a maior parte dos investimentos em infraestrutura venha do setor privado, o governo sabe que também terá que acomodar em suas contas a necessidade de ampliar esses gastos em 2012:

- O investimento público tem um efeito multiplicador muito grande - diz um técnico do governo.

O problema é que esses gastos terão que ser encaixados nas despesas em um ano em que a equipe econômica tem como compromisso cumprir a meta cheia de superávit primário (economia de recursos para o pagamento de juros da dívida pública). Foi essa mesma dificuldade que fez com que os investimentos públicos caíssem em 2011. A equipe econômica foi obrigada a deixar para trás uma série de projetos que eram considerados importantes pela presidente Dilma. Tanto que os investimentos do governo federal fecharam o ano passado com queda. Ela era de cerca de 3% do PIB até novembro.

Pelos cálculos dos técnicos, quando forem publicados os dados oficiais do comportamento do investimento público em 2011, ele mostrará que houve um recuo de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) em 2010 para 1% em 2011. O plano da presidente é que, em 2012, o montante volte para um patamar de 1,2%, o que significaria uma despesa de, pelo menos, R$ 50 bilhões.

Maior demanda vem de petróleo e gás - De acordo com os dados da Abdib, a maior demanda do país é por investimentos no segmento de petróleo e gás: R$ 434 bilhões até 2015. Em seguida, está o setor de transporte de logística, com R$ 175,9 bilhões, seguido pelo segmento de energia, R$ 145,3 bilhões.

Segundo Lima, se o Brasil conseguir suprir sua demanda por investimentos em infraestrutura no ritmo ideal, o país teria menos trabalho para se preparar para grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. De acordo com o vice-presidente da Abdib, um estudo feito pela entidade aponta que a demanda de governos estaduais e municipais, principalmente para projetos de mobilidade urbana, seria de apenas R$ 252 milhões.

- Se cumpríssemos tudo o que é preciso, os gastos necessários para preparar o Brasil para essas competições seria relativamente baixo.

Fonte: O Globo - Adapatado pelo Site da Logística.

 

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