Estudo aponta caminhos para a formação de um "hub" logístico na macrorregião Salvador-Feira de Santana.

28-11-2011 20:43

Na manhã desta quinta-feira, 24, no auditório da Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia (SEPLAN), o Consórcio Logística Bahia apresentou o seminário "Estudo sobre Estratégias Logísticas para o Desenvolvimento Regional do Estado da Bahia". Tal estudo - contratado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), em parceria com o Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (DERBA), e financiado parcialmente pelo Banco Mundial - teve como propósito identificar, a partir da perspectiva do setor empresarial, as potencialidades da Macrorregião de Salvador-Feira de Santana desenvolver-se como um pólo logístico regional e identificar as políticas públicas capazes de contribuir para o desenvolvimento das atividades logísticas no estado. O estudo foi realizado durante pouco mais de um ano e incluiu as etapas de levantamento e análise de dados secundários, entrevistas com cerca de 40 empresas e a fase atual de discussões estratégicas, com a realização do seminário técnico, que teve como objetivo ouvir a opinião de gestores públicos e representantes da iniciativa privada.

Baseando-se em entrevistas com o setor empresarial e em estudos sobre a estrutura produtiva, a matriz de comércio e a infraestrutura de transportes, o estudo buscou analisar questões relacionadas à possibilidade de novos programas estruturantes virem a influenciar a decisão sobre a atração de novas empresas, bem como a discussão sobre virtuais agentes articuladores e dinamizadores deste hub logístico regional. Desse modo, foram caracterizados os fluxos de produtos com origem e destino na Macrorregião de Salvador-Feira de Santana, os fatores de influência do desenho logístico das empresas selecionadas para a pesquisa e os principais fatores apontados como indispensáveis para sua atração.

Segundo Benito Juncal, chefe de gabinete da SEPLAN e representante do secretário Zezéu Ribeiro no evento, "a questão logística na Bahia está ganhando um ritmo alucinante. Há alguns anos a FIOL era um sonho e hoje é uma realidade. Com a integração sulamericana, esta será a maior obra logística Leste-Oeste do Brasil, estando na sua zona de influência mais da metade da produção de grãos do país. Destaco, também, a nova mina descoberta em Brumado, com potencial três vezes maior do que a mina que justificou a implementação da ferrovia".

Conforme destacado por Geraldo Reis, diretor-geral da SEI, "nossa percepção é de que o governo tem que se antecipar às demandas e promover o modelo de desenvolvimento que quer para o estado".

Na apresentação dos consultores do estudo foram colocados como obstáculos para a criação deste "hub" logístico no estado da Bahia a pouca nitidez apontada para a política de comércio exterior, a formação de um mercado centralizado no estado de São Paulo - com a extinção cada vez maior de indústrias tipicamente regionais - e a falta do setor atacadista na região, entre outras.

Segundo Hélder Mendes, um dos consultores do estudo, "a hegemonia das empresas líderes nacionais nos mercados regionais tamponam o surgimento de plantas e centros de distribuição locais". Ainda segundo o consultor, esta percepção é confirmada pelo fato dos "fluxos dominantes mostrarem que a macrorregião se relaciona muito intensamente com São Paulo, seguida do eixo Sul-Sudeste do país, depois, de maneira não tão intensa, com alguns estados das regiões Norte e Centro Oeste, apresentando pouca relação com o próprio Nordeste", apresentou Mendes.

Por outro lado, a Macrorregião situa-se hoje em posição estratégica na nova infraestrutura logística que está sendo implantada, além de ser uma região portuária e que concentra uma dinâmica econômica relevante na região Nordeste do país. Além disso, as áreas de produção são consideradas como um lastro para a formação de novos troncos logísticos e devem permitir a articulação desta Macrorregião com outras áreas do estado e do país.

Sendo assim, o estudo trouxe como recomendações para a Macrorregião a necessidade de reforçar a radialização rodoviária com região Nordeste do país, integração com os hubs emergentes do Eixo Interoceânico Peru-Brasil-Bolívia, ampliação da capacidade de movimentação de containers, fomento ao setor atacadista, desestimulo à prática do CIF uniforme, requalificação da FCA no trecho Feira de Santana-São Paulo e fomento à atração de empresas emergentes nacionais e centros logísticos industriais.

Segundo Marcus Cavalcanti, chefe de gabinete da Secretaria de Infraestrutura (SEINFRA), "a expectativa é de que este estudo, que foi viabilizado pela SEPLAN em parceria com SEINFRA e SICM, traga grandes implicações para o futuro dessa região e, como conseqüência, para o estado".

Nesta mesma direção, Edgard Porto, diretor de Estudos da SEI, destacou que "após a incorporação das contribuições, o trabalho será concluído, mas deixa uma gama de possibilidades de outros estudos para serem investigados neste mesmo tema da logística".

Fonte: Usuport - Adaptado pelo Site da Logística.

 

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