Fábrica da GM integra logística com produção.

07-02-2012 20:35

PORTO ALEGRE - A vinda da General Motors para o Rio Grande do Sul foi emblemática. A instalação de um complexo industrial da montadora no ano 2000 no município de Gravataí, lançou o Estado em um novo patamar industrial e a logística teve de acompanhar essa evolução

Em 2011, a General Motors alcançou um recorde mundial de vendas. Foram 4,76 milhões de veículos vendidos no ano passado e o Brasil ficou em segundo lugar no ranking da montadora, com 632 mil automóveis comercializados. Por trás desse montante também está a decisão estratégica de se instalar na Região Metropolitana de Porto Alegre.Com a medida, o Rio Grande do Sul passou também a ser porta de entrada para os veículos da marca Chevrolet vindos de outros países.

Mais do que um olhar sobre o Brasil, a GM estava atenta às possibilidades de integração mundial quando tomou essa decisão. “A excelente localização estratégica do Rio Grande do Sul foi decisiva, com o objetivo de facilitar as atividades conjuntas na região da América do Sul, especialmente com Rosário, na Argentina, onde possui outro complexo industrial”, informou a assessoria de comunicação da GM. Na época, a chave do projeto era a integração com o Mercosul.

Com a inauguração da unidade no Estado, o Porto de Rio Grande se transformou na principal via de acesso de veículos da marca vindos de outros países. “Trazemos da Argentina para o Brasil um grande volume do modelo Chevrolet Agile, lá produzido”, exemplificou. Só as importações do modelo representam 90% de tudo o que é trazido pela empresa para o País. Os outros 10% referem-se ao Malibu, produzido nos Estados Unidos, ao Camaro, do Canadá, ao Captiva, do México, e ao Omega, da Austrália. Variedade que vem sendo decisiva para alavancar as vendas não só no Brasil como em outros países.

"O crescimento impressionante da Chevrolet nos mercados estabelecidos e também nos em desenvolvimento é o resultado de uma forte linha de produtos nova que atende as diversas necessidades dos consumidores em todo o mundo", disse o CEO e presidente da GM, Dan Akerson, durante a divulgação de resultados da companhia.

Para crescer, a empresa vê a logística como peça-chave. O Porto de Rio Grande, por exemplo, também serve como linha direta com a Argentina, por onde passam praticamente quase todos os modelos produzidos no Brasil. Para exportar para outros mercados, a GM utiliza o Porto de Santos. A GM também implantou um centro logístico no Porto de Suape, em Pernambuco, que basicamente facilita a distribuição do Agile nas regiões Norte e Nordeste. Os navios passam pelo Porto do Rio Grande e depois seguem para Suape.

Mas a GM vai além das hidrovias para levar seus veículos até os clientes. Rodovias e ferrovias também são utilizadas pela empresa. Por exemplo, os automóveis produzidos no Rio Grande do Sul são distribuídos para o Brasil todo, principalmente por meio do transporte rodoviário. Com isso, o maior desafio para a GM é otimizar a sua logística. Além de ter sido pioneira com atividade específica no Porto de Suape, a montadora implantou no Rio Grande do Sul um conceito inédito no mundo de sistemistas, que consiste no fato de ter, ao seu entorno, inúmeros fabricantes de conjuntos e subconjuntos, que chegam à linha de montagem dos veículos em Gravataí.

A empresa responsável pelo transporte de matérias-primas de fornecedores na região e nos estados de São Paulo e Minas Gerais é a Ceva Logistics, que também está instalada entre os sistemistas da GM em Gravataí. A empresa trabalha no sistema Milk-Run, que consiste na captação de peças em diversos pontos de uma única rota. “Temos rotas pré-definidas com a GM, constando pontos de coleta, de entrega e horários a serem cumpridos durante o trajeto. Semanalmente, a empresa nos passa uma programação com todos os itens que devemos retirar nos fornecedores e diariamente são feitos reprogramas”, conta Ruy Nogueira, diretor de Unidade de Negócios da Ceva.

Para todas as rotas, a empresa de logística tem uma equipe de monitoramento que acompanha os motoristas ponto a ponto no sistema, disponibilizando ao cliente informações em tempo real. A Ceva também é responsável pelo Global Material Management, serviço de monitoramento do fluxo das mercadorias internacionais. Esta operação, especificamente, faz parte da estratégia da empresa de logística de oferecer soluções end to end para a cadeia de suprimento dos clientes. Assim, com esses serviços, a operação fica mais ágil e eficaz e a montadora consegue fazer da logística um diferencial competitivo.

Fonte: netmarinha.com.br - Adaptado pelo Site da Logística.

 

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