Falta de conhecimento na cabotagem inibe seu maior uso.
02-01-2016 10:08
Mesmo apresentando diversos benefícios sustentáveis e de custo, a cabotagem ainda não é usada com todo o potencial que possui. Na opinião do Presidente da Abac (Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem), Cleber Lucas, a cabotagem no Brasil tem apresentando parcelas cada vez maiores presentes na economia, porém de forma ainda limitada. Acho que esse conhecimento ainda é limitado. O principal ponto, quando a gente fala principalmente da cabotagem de contêineres, é o fato de que quando você vai propor uma mudança de modal para um potencial cliente um cliente do transporte rodoviário puro, por exemplo, que vai passar a usar a cabotagem, nem sempre ele está preparado para utilizar um contêiner. Existem casos em que os clientes movimentam suas cargas sem serem elitizadas, alguns em carretas, em caminhões com carroceria, cargas secas, outros com baú, caçamba, enfim, para que essa carga se converta ao modal da cabotagem ela precisa ser trabalhada, estudada, explica.
Para ele, a venda da cabotagem é mais técnica do que me dá sua carga que eu transporto ela daqui para lá. Nesse sentido, ressalta Lucas, o processo de maturação da cabotagem é mais lento do que simplesmente uma venda no transporte rodoviário, pega aqui entrega ali. Existe um tempo para o desenvolvimento dele como uma alternativa até que ele se consolide como usuário regular do nosso sistema. Uma vantagem é que uma vez experimentando o nosso sistema, o índice que a gente tem de aceitação é muito grande, poucos são os que retornam a sua condição original, diz.
Para Abrahão Salomão, sócio da Posidonia, para que o modal seja mais viável para as empresas o utilizarem são necessárias algumas mudanças e a principal delas é a qualidade regulatória. É preciso afastar qualquer tipo de cooptação. Os maiores inimigos da cabotagem estão dentro dela, ressaltou o executivo, acrescentando ainda não acreditar que o modal consegui acompanhar o desenvolvimento do país nos últimos dez anos. Os ganhos dos operadores dificilmente foram passados aos usuários. Por vezes, enfrentamos embates, inclusive no âmbito da Antaq, para garantir o melhor preço ao cliente, contrariamente à concorrência que, à primeira vista, fazia preço baseado no rodoviário e não nos seus próprios custos.
Fonte: Guia Marítimo / Usuport - Adaptado pelo Site da Logística.
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