Ferrovia Bioceânica pode ser saída para viabilizar a Fiol.

24-07-2015 10:34

Depois de ser completamente ignorada pelo  governo no novo pacote de concessões anunciado no mês passado, a  Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que está em construção na  Bahia, passou a ser analisada como uma alternativa para viabilizar o  traçado da chamada "Ferrovia Bioceânica", projeto previsto para cortar o  Brasil e o Peru, ligando por trilhos os oceânicos Atlântico e Pacífico.
O  jornal "O Estado de S. Paulo" apurou que os chineses, principais  interessados no projeto, pediram informações à estatal federal Valec  sobre a construção da Fiol, seu traçado e a previsão de ligar sua malha à  Ferrovia norte-sul.
Com 1.527 km de extensão, a Fiol está  desenhada para sair de Figueirópolis (TO), por onde já passa a  Norte-Sul, e avançar pela Bahia até chegar a Ilhéus, no litoral. A  avaliação é de que essa rota poderia substituir o plano de construir uma  nova linha na região Sudeste, cortando Minas e o Estado do Rio, até  chegar ao Porto do Açu.
Há uma diferença crucial entre a Fiol e o  traçado da região Sudeste previsto para a Bioceânica: a ferrovia baiana  é uma obra real, um projeto que já consumiu R$ 3 bilhões dos cofres  públicos. O problema é que, hoje, a ferrovia da Bahia está com sua  viabilidade em xeque, por conta da crise econômica internacional, que  jogou na lona o preço do minério de ferro.
Iniciada em 2010, a  Fiol foi projetada para escoar o minério que passaria a ser extraído em  grande escala em Caetité, na região central da Bahia. Além disso, da  fronteira com o Tocantins sairia a produção agrícola daquele que já é o  segundo maior polo de algodão do País, além da forte produção de soja. A  queda no preço do minério de ferro, no entanto, levou o governo a  simplesmente retirar o projeto de suas prioridades. Ironicamente agora é  a Bioceânica, um projeto desacreditado por muitos especialistas e  economistas, que poderia trazer uma nova "razão de ser" para a conclusão  da Fiol.
Prevista para ser concluída em julho de 2013, a Fiol  enfrenta hoje a redução no ritmo de obras - e até mesmo paralisação  total - em seus lotes. Dos 1,5 mil km do traçado, os primeiros 500 km  ainda não têm sequer data para serem licitados. No segundo bloco de 500  km, a execução física das obras é de apenas 6%. Nos últimos 500 km, que  avançam até Ilhéus, são aproximadamente 60% de execução.
O grupo  de engenheiros chineses enviado ao Brasil vai analisar todas as  possibilidades. Nas últimas semanas, esse grupo percorreu, de carro,  mais de 4 mil km, entre os municípios de Campinorte (GO), onde passa a  Norte-Sul, até a cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, próximo à fronteira  com o Peru. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Fonte: Agência Estado / Usuport - Adaptado pelo Site da Logística.


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