Governo agora quer licitar aeroportos no 'modelo Vale'.
19-09-2012 20:21O governo vai mudar novamente o modelo de concessão de aeroportos. Nas últimas semanas, ficou claro o desinteresse de grandes operadoras europeias e asiáticas em associar-se com participação minoritária à Infraero, como vinha sendo proposto. Agora, a aposta é voltar ao desenho de repassar à iniciativa privada uma fatia majoritária do Galeão (RJ) e de Confins (MG).
A presidente Dilma Rousseff, porém, resiste à ideia de voltar ao formato do leilão que privatizou três terminais estratégicos em fevereiro. Ela quer deixar as empreiteiras fora da disputa e restringir a licitação a operadoras estrangeiras. Também prefere um leilão em que o vencedor não seja escolhido pelo maior valor de outorga, mas por critério técnico.
A razão para a mudança foi o fracasso da consulta feita por uma comitiva encabeçada pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, à Changi, operadora do aeroporto de Cingapura, que se associou à Odebrecht na primeira rodada de privatizações e ficou em segundo lugar na disputa por Viracopos.
A apresentação do governo no exterior previa a criação da Infrapar, com um sócio estrangeiro que ficaria com 20% a 49% da nova subsidiária da Infraero. Além de Galeão e Confins, a subsidiária herdaria as participações da Infraero - 49% do capital - nos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília. O modelo não agradou à Changi e a outras grandes administradoras consultadas, entre elas a alemã Fraport (Frankfurt), a francesa ADP (Paris), a holandesa Schipol (Amsterdã), a britânica BAA (Londres) e a coreana Incheon (Seul).
O modelo agora em estudo prevê a Infraero minoritária (até 49%), mas com uma "golden share". Por isso, está sendo chamado no Palácio do Planalto de "modelo Vale" ou "modelo Embraer", em referência às duas empresas que foram privatizadas, nos anos 90, preservando o poder de veto do Estado em decisões estratégicas.
Fonte: Valor Econômico - Adaptado pelo Site da Logística.
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