Governo investirá R$ 50 bi em portos nos próximos cinco anos.
04-04-2013 14:05O Governo Federal investirá R$ 50 bilhões nos portos brasileiros nos próximos cinco anos, afirmou na última terça-feira (2) Pedro Brito, diretor geral da Antaq (Agencia Nacional dos Transportes Aquaviários), após a abertura do evento Intermodal South America, que reúne autoridades e empresários do setor logístico em São Paulo até a próxima quarta-feira (4).
"A carteira de investimentos que temos para os portos, nos próximos cinco anos, é de R$ 50 bilhões, incluindo novos terminais portuários, melhora nos acessos e dragagens para torná-los mais profundos, já que os navios são cada vez maiores".
Segundo ele, o crescimento da economia depende da eficiência logística do País, que vem enfrentando problemas de escoamento da produção e perda de competividade para o mercado externo:
"O Brasil precisa de um ambiente regulatório claro e duradouro para atrair investimentos. É inadmissível demorar cinco, sete dias para liberar uma carga".
Já o presidente executivo da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), Pedro Vilaça, que também participou da abertura da feira, criticou a alta taxa de tributos e burocracia:
"O sistema brasileiro de transportes precisa de trens de carga, mas a burocracia brasileira emperra o processo. Todos sabiam que a crise do agronegócio ia acontecer".
Porto de Santos - O Porto de Santos, que responde por cerca de 30% do comércio internacional brasileiro, deve receber R$ 15 dos R$ 50 bilhões planejados pelo Governo Federal.
Para Pedro Brito, o congestionamento de caminhões a caminho do terminal, como o ocorrido em março deste ano, é apenas um de seus problemas. Além do acesso deficiente, outro desafio é a armazenagem dos produtos para melhorar o escoamento da safra de grãos:
"Investimento no acesso é fundamental, pois não podemos transformar os caminhões e estradas em silos. Porém, é preciso investir também, no caso dos grãos, em armazenagem. Com isso, no período da safra nós poderemos organizar melhor o escoamento".
Brito ressaltou investimentos têm sido feitos na infraestrutura do terminal santista, o maior da América Latina, como em coberturas de proteção para as mercadorias armazenadas:
"Não dá para exportar grãos apenas quando faz sol, e coberturas estão sendo providenciadas em Santos. A expectativa é de que, já na próxima safra, a gente aumente em cerca de 30% a capacidade de movimentação de cargas de grãos por meio dessa medida".
Descentralização - Questionado sobre a dependência excessiva do Porto de Santos, Brito afirmou que é preciso investir em hidrovias e ferrovias para que outros terminais também sejam usados:
"O Porto de Santarém (Pará) já exporta grãos por hidrovias, mas é preciso mais investimentos em portos como Vila do Conde (Pará). Na pior das contas, a gente reduziria em 30% o custo por tonelada exportada de grãos. O Porto de Itaqui (Maranhão) também poderá ser uma opção excelente pela ferrovia".
Descentralizar o escoamento da produção é uma alternativa também defendida por Valdir Santos, presidente da SINDASP (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo), para quem o Porto de Santos ficou sobrecarregado após receber os grãos antes exportados pelo Porto de Paranaguá (Paraná).
"Foi vendida uma imagem de que [o Porto de Santos] seria capaz de exportar grãos de forma mais barata e rápida, mas ele não tem essa capacidade. Se não desviar os grãos dali, os paulistanos podem esquecer a viagem ao litoral no fim de semana".
De acordo com ele, é preciso investir no ferroanel em São Paulo, cuja construção conjunta com o Rodoanel vem sendo discutida pelos governos Federal e Estadual.
"Quando se fala de ferrovia, temos que falar em ferroanel, pois temos o problema dos trens de passageiro e de carga andando juntos. Porém, eu creio que as obras não comecem nos próximos dois anos, por isso temos que pressionar os governos para entrar em acordo".
Fonte: R7 / Usuport - Adaptado pelo Site da Logística.
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