Miriam Leitão: 'Com portos e leis eficientes estaríamos bombando'.

04-01-2012 21:09

O comércio exterior brasileiro aumentou. Exportações e importações bateram recorde, mesmo em um ano de crise. Quando a gente fala de saldo de balança comercial, ou seja, o que vendemos e o que compramos dos outros países, apesar de todos os gargalos, estamos bem. Estaríamos bombando se tivéssemos portos eficientes e leis tributárias mais inteligentes.

A questão da exportação é impressionante, apesar da economia estrangulada, o Brasil teve um ano extraordinário. A corrente de comércio, que é a soma do que o Brasil exporta e importa, subiu de US$ 192,1 bilhões em 2005 para quase US$ 500 bilhões em 2011. Em 2009, um ano de crise no mercado internacional, os números caíram, mas em 2011, que também foi um ano de crise, o Brasil aumentou o volume de exportação e importação em quase US$ 100 bilhões.

O Brasil aumentou a importação, mas aumentou mais ainda a exportação, ou seja, o saldo comercial, que é a diferença entre o que o Brasil exporta e importa, subiu de US$ 20,26 bilhões em 2010 para US$ 29,70 bilhões em 2011.

O interessante é que esse número foi totalmente inesperado. Na primeira semana do ano passado, o mercado financeiro estava prevendo um saldo de US$ 8 bilhões e o número foi quase de US$ 30 bilhões.

Entre os principais destinos das exportações brasileiras estão China (US$ 44,3 bilhões), Estados Unidos (US$ 25,9 bilhões) e Argentina (US$ 22,7 bilhões).

Já as importações vêm principalmente de EUA (US$ 34,2 bilhões) e China (US$ 32,8 bilhões). Ou seja, se a China desacelera é um problema para o Brasil.

Nesta segunda (2), eu conversei com Roberto Castello, diretor de relações com investidores da Vale, que é a grande exportadora do Brasil. A Vale representou 13% do que o Brasil exportou em 2011. O Roberto Castello me disse que em 2012, apesar da crise, a China está iniciando um programa de construção de 36 milhões de casas populares e vai precisar muito de aço, ou seja, vai importar mais minério de ferro. Então, isso significa que vai continuar aumentando volume e preço dos minérios de ferro.

Quem teve um déficit de US$ 8 bilhões em 2011 foi a Petrobras, porque importou muita gasolina, álcool e outros produtos.

Fonte: G1 - Adaptado pelo Site da Logística.

 

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