Natura investe em logística para aumentar lucratividade.

12-04-2011 15:47

São Paulo - Com o intuito de se tornar a maior empresa de cosméticos no segmento de vendas diretas, a empresa brasileira Natura deve investir este ano R$ 300 milhões para atingir um dos seus maiores desafios: reduzir à metade o tempo de entrega dos produtos e fazer uma verdadeira inovação comercial por meios digitais, no prazo de 3 a 5 anos. Hoje, a empresa - que atua unicamente por meio de vendas diretas para comercializar seus produtos - tem a meta de diminuir em 50% o prazo de entrega aos seus consumidores, que hoje é de 14 dias.

O diretor presidente da companhia, Alessandro Carlucci, afirma que o problema logístico impede a Natura de obter um lucro maior. "Sabemos que precisamos melhorar no quesito entrega de produtos, por isso estamos trabalhando para criar um canal mais eficiente de entrega e venda para consumidores e consultoras por meio da internet. No futuro, sem data, queremos que isso demore apenas horas, não dias, como hoje acontece", explica ele.

O executivo afirma que o intuito é que a consumidora, ou a revendedora, entre no site da empresa, faça seu pedido, e depois de algumas horas possa receber este produto em casa, no mesmo dia. Ele alerta, porém, que isso ainda deve demorar porque requer um trabalho logístico extenso.

Enquanto isso, para amenizar o problema cerca de 30% das revendedoras possuem produtos para pronta entrega. A alternativa, também citada pela empresa, é o projeto piloto para que o pagamento seja efetuado com cartão de crédito por meio do celular. "Ainda é uma tentativa, pois antes de implantarmos para todas consultoras teremos de verificar quantas têm conta bancária e qual a melhor forma para efetuar o pagamento da comissão da consultora", afirma Carlucci.

De acordo com o diretor da empresa, as redes sociais serão a grande ferramenta de contato com as consultoras no Brasil. "Hoje entregamos 3 milhões de catálogos a cada 21 dias", revelou Carlucci. "Quem sabe em 4 anos não precisaremos imprimir mais nenhum", comentou. O esforço da Natura para se comunicar pela internet e se tornar um espelho de compras on-line com seu público começou em 2000, quando iniciou uma campanha para que as vendedoras tivessem conexão à internet; hoje, 80% têm acesso. Também serão inaugurados ainda este ano, porém sem data prevista, centros de distribuição em São Paulo e em Curitiba (PR).

Interatividade - A marca mantém um núcleo estruturado para cuidar da sua comunicação em redes sociais. Além disso, a companhia possui duas redes sociais próprias, nos moldes do Orkut e do Facebook: a Natura Nós, semelhante aos conhecidos Orkut e Facebook, focada em colaboradores, e a Natura Conecta, aberta à participação de qualquer interessado. A Natura Conecta foi utilizada para contribuir com o relatório anual da companhia de 2010.

No exterior - No início deste ano, a Natura fechou parcerias com empresas no México e na Colômbia para dar início à produção local de produtos. A Argentina está em operação atualmente com a produção de 20 produtos, e as vendas diretas também começaram naquele país. "Nossa marca está dentre as preferidas dos argentinos e dos peruanos", enfatiza Carlucci. A empresa também está presente no Peru, no Chile e na França - onde mantém uma loja e um centro-satélite de pesquisa e tecnologia. Na Bolívia, na Guatemala, em El Salvador e em Honduras, atua por meio de empresa distribuidora. Hoje a companhia possui 1,2 milhão de consultoras, 200 mil das quais estão no exterior.

Faturamento - Em 2010, a Natura somou receita líquida de R$ 5,1 bilhões. Na comparação com o ano anterior, houve crescimento de 21% do faturamento da companhia. O lucro líquido atingiu R$ 744 milhões, alta de 8,8% em relação a 2009. No ano anterior a empresa investiu R$ 237 milhões, em 2009 R$ 140 milhões, e 2008 R$ 103 milhões.

Hoje, a marca tem 14 centros de distribuição: Canoas (RS), Uberlândia (MG), Castanhal (PA), Salvador (BA), Jaboatão dos Guararapes (PE), Matias Barbosa (MG), Simões Filho (BA), Argentina, Chile, Peru, Colômbia e México. Na última semana, a empresa escolheu dois novos conselheiros: Adílson Primo, presidente da Siemens do Brasil, e Marcos Lisboa, vice-presidente do Itaú Unibanco. Ao mesmo tempo, Guilherme Leal voltou à co-presidência do Conselho de Administração da companhia.
 

Fonte: dci.com.br - Adaptado pelo Site da Logística.
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