Nos trilhos, uma solução para os congestionamentos.

01-07-2013 09:56

O transporte ferroviário é o grande trunfo para eliminar os grandes congestionamentos de caminhões nos acessos ao Porto de Santos. Nele, as cargas de grãos demoram, em média, 86 horas para sair do interior de Mato Grosso (MT) e chegar aos terminais santistas, sem gerar filas nas estradas que atendem a Baixada Santista. Mesmo com essa agilidade, ajustes ainda precisam ser feitos, principalmente na logística antes e depois do trajeto.

Essas melhorias e a situação do transporte ferroviário da produção agrícola até o complexo marítimo santista são o tema desta edição da série A rota do caos, que A Tribuna publica nesta semana.

Os terminais ferroviários de Mato Grosso, estado com a maior produção de grãos no País, têm capacidade para transportar até 13,5 milhões de toneladas por ano. A maior parte disso, 91%, é direcionada ao Porto de Santos. O restante é descarregado em terminais ferroviários no entorno.

De acordo com a América Latina Logística (ALL), concessionária que opera as linhas entre Mato Grosso e Santos, a distância entre origem e destino nesse trajeto é de 1,4 mil quilômetro. Cada composição ferroviária tem até 80 vagões, chegando a três quilômetros de extensão.

Um vagão é capaz de transportar de 80 a100 toneladas de grãos. Isso significa que cada um pode substituir até quatro caminhões. Uma composição leva de 6,5 mil toneladas a 8 mil toneladas de mercadorias de uma só vez, retirando das estradas 320 veículos de carga.

Mas se engana quem pensa que, apesar de ser um meio de transporte viável, mais barato e limpo que o rodoviário, a ferrovia não apresente problemas. Existem gargalos, tanto na origem quanto no destino, o Porto de Santos.

No Mato Grosso, a demora para a descarga nos terminais ferroviários é a grande queixa dos usuários. Apesar de a ALL negar, caminhoneiros afirmam ficar até cinco dias à espera do descarregamento nos terminais de Alto Araguaia (MT) e Alto Taquari (MT).

Segundo os motoristas, as filas para descarregar a produção nos vagões chegam a 30 quilômetros de extensão na BR-264. Eles reclamam, principalmente, da demora e das condições de espera nas estradas. "Já vi as filas de Santos na televisão e posso garantir que aqui é bem pior", afirma o caminhoneiro Genésio Ribeiro.

Gargalo - Os problemas não acabam quando o trajeto ferroviário é concluído. De acordo com a ALL, o tempo de retorno dos vagões poderia ser otimizado se os terminais portuários agilizassem a descarga no cais santista. "Nós temos um gargalo no Porto que não nos deixa aumentar a agilidade do transporte. Se os vagões fossem descarregados e voltassem mais rápido, o volume de transporte seria maior", afirma o coordenador comercial do terminal da concessionária em Alto Taquari, BrunoPegorini.

Questionado, Renato Ferreira Barco, diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de SãoPaulo (Codesp), a Autoridade Portuária de Santos, diz estar ciente do problema. A questão já foi constatada em reuniões com as concessionárias ferroviárias que atuam no complexo (a ALL e a MRS Logística) e terminais. Segundo ele, há uma comissão, com a participação de técnicos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que pretende resolver a questão.

"Recebemos essa queixa e o problema está sendo diagnosticado. Temos uma equipe trabalhando nisso para vermos realmente o que está acontecendo, já que temos capacidade de atendimento a essas cargas. Imagino que esse problema foi resolvido ou está na iminência de acontecer", afirma o executivo portuário.

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Fonte: A Tribuna / Usuport - Adaptado pelo Site da Logística.

 

 

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