Traçado da linha Oeste-Leste será revisto.

14-12-2011 20:07

A Ferrovia da Integração Oeste-Leste (Fiol), obra que vai cortar o Estado baiano, ligando a cidade de Ilhéus, no litoral, ao município de Figueirópolis, em Tocantins, terá de passar por uma revisão geral. O traçado atual da Fiol, segundo o presidente da Valec, José Eduardo Castello, enfrenta graves problemas com a desapropriação de áreas de licenciamento ambiental complexo.

"São dois abacaxis que temos de descascar. Temos feito reuniões diárias com as equipes de cada área para ver como vamos destravar isso. São gargalos sérios", afirmou Castello.

Com 1.022 quilômetros de extensão, a Fiol soma investimentos de R$ 4,198 bilhões, dinheiro que sairá do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No primeiro trecho de 537 quilômetros da ferrovia, do litoral até a cidade de Caetité, ainda dentro da Bahia, o trajeto inclui dificuldades como a construção de uma ponte com mais de 3 quilômetros de extensão para cruzar o rio São Francisco. O segundo trecho passa por regiões com inúmeras cavernas, reservas indígenas e até áreas de ocupação irregular.

O problema é que todas as obras da ferrovia já foram licitadas no ano passado. Sete consórcios, com um total de 24 empresas, dividem a construção da ferrovia. Hoje está tudo parado. Nem 10% da extensão total foi construída. "Estamos discutindo com o TCU (Tribunal de Contas da União) se haverá ou não uma nova licitação de alguns lotes. Tudo está sendo reavaliado", garantiu o presidente da Valec.

Os problemas deverão atrasar ainda mais o cronograma previsto para a ferrovia. A previsão inicial era de que o primeiro trecho até Caetité ficasse pronto até julho do próximo ano. A segunda etapa, que emenda mais 485 quilômetros até o município de Barreiras (BA), seria entregue em julho de 2013. Faltariam ainda mais 505 quilômetros para chegar à cidade de Figueirópolis, já no Tocantins, onde ela se encontra com a Ferrovia Norte-Sul (FNS).

A situação da Fiol, que até o início do ano era citada como "preocupante" no balanço do PAC, passou a ser considerada entre as obras em estado de "atenção" no relatório divulgado em novembro pelo governo. No balanço, o prazo para entrega do trecho entre Ilhéus e Caetité foi esticado para junho de 2014. A segunda etapa só deverá ser entregue em dezembro de 2015, portanto, após o término da gestão da presidente Dilma Rousseff. Para a etapa final, que chega a Figueirópolis, nem há uma previsão.

Fonte: Valor Econômico / Usuport - Adaptado pelo Site da Logística.

 

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